É um grão nativo dos Andes e melhor cultivado nos altiplanos e vales altos da Bolívia. Há mais de oito mil anos, é considerado sagrado pelos incas.
O principal mérito da Quinua é que seus grãos possuem proteína de alto valor biológico, ou seja, é bastante aproveitada pelo organismo humano. Seus grãos ofertam todos os aminoácidos essenciais (aqueles que não são produzidos pelo organismo e devem ser obtidos pela alimentação), sendo especialmente ricos em lisina (aminoácido essencial com funções chaves de desenvolvimento celular crescimento do organismo, mas não muito abundante no reino vegetal). Apesar de altamente protéicos, os grãos não possuem o glúten, proteína encontrada no trigo que impede muita gente alérgica de comer pão, macarrão ou biscoitos. Além de ser fonte de proteína de alta qualidade e possuir baixos valores de gorduras saturadas, a Quinua possui quantidades importantes de fibras, ferro, cálcio e vitaminas quando comparada a outros tipos de cereais.
Dessa forma, a Quinua, junto a outros cultivos andinos, é considerada pela FAO (Food and Agriculture Organization) um dos melhores alimentos de origem vegetal devido ao seu grande valor nutricional, sendo assim, importantíssima para combater algumas carências, principalmente nos países mais pobres, onde existe grande privação de alimentos e dificuldade em atingir as recomendações de proteína e aminoácidos essenciais.
Desde que a NASA a incorporou ao seu cardápio básico, utilizando-a em viagens espaciais de longa duração, a Quinua vem sendo largamente divulgada e considerada um dos cultivos promissores para a humanidade junto ao Amaranto. Todas as pessoas recebem os benefícios da Quinua quando a incorporam ao seu cardápio diário, mas algumas necessitam mais das qualidades desse cereal e tornam-se os públicos-alvo.
Vegetarianos restritos (que não consomem alimentos de origem animal, onde são encontradas as maiores fontes protéicas), atletas (que requerem um maior aporte de aminoácidos), celíacos (que são intolerantes ao glúten presente na farinha de trigo) e populações carentes de países pobres, formam o grupo mais bem auxiliado pelas propriedades da Quinua.
USO DA QUINUA
A Quinua pode ser encontrada sob a forma de flocos, grãos e farinhas, além de derivados como macarrão e barras energéticas.
As formas de preparo são variadas.
Os grãos, por exemplo, podem ser incorporados em saladas, bolinhos com legumes ou cozidos da mesma forma que o arroz, podendo substituí-lo.
Flocos podem ser consumidos, principalmente, nas preparações do café da manhã, acompanhando frutas, leite e iogurtes.
Já as farinhas podem fazer parte das receitas de massas, pães, bolos e tortas.
Entretanto, sua imaginação é essencial para criar receitas e agregar esse alimento ao seu dia-a-dia da forma que achar mais agradável.
Tabela 1 – Composição Centesimal da Quinua em relação a outros cereais:
COMPOSIÇÃO DOS GRÃOS DE QUINUA EM RELAÇÃO A OUTROS CEREAIS (100g) | ||||
Componentes | Quinua | Trigo | Aveia | |
Calorias (Kcal) | 336 | 330 | 405 | |
Carboidrato (g) | 68,3 | 71,6 | 68,5 | |
Proteína (g) | 12,1 | 9,2 | 10,6 | |
Lipídio (g) | 6,1 | 1,5 | 10,2 | |
Água (g) | 10,8 | 16,5 | 9,3 | |
Fósforo (mg) | 302 | 224 | 321 | |
Cálcio (mg) | 107 | 36 | 100 | |
Fibras (g) | 6,8 | 3 | 2,7 | |
Cinzas (g) | 2,7 | 1,1 | 1,5 | |
Ferro (mg) | 5,2 | 4,6 | 2,5 | |
Tiamina (mg) | 1,5 | 0,2 | 0 | |
Niacina (mg) | 1,2 | 2,8 | 0 | |
Riboflavina (mg) | 0,3 | 0,8 | 0 | |
Ácido Ascórbico (mg) | 1,1 | 0 | 0 | |
Fonte: PROCISUR - ICCA, 1997 (Programa Cooperativo para el Desarrollo Tecnológico Agropecuário del | ||||
Cono Sur - Instituto Interamericano de Cooperación para la Agricultura) www.infoagro.gov.br/index1.htm |
Curiosidades!!!
A Quinua também pode se chamada de Quinoa (devido ao seu nome científico Chenopodium quinoa W.) ou Quínua, como é chamada em seu país de origem;
É importante lavar bem os grãos de Quinua em água quente antes de consumi-los, pois a forma crua possui fatores antinutricionais que reduzem o valor biológico de suas proteínas.
DILMA MATOS NOGUEIRA C:9251-5750/F: 4141-1699
NUTRICIONISTA END: RUA RIO GRANDE DO SUL N.1245
CRN3:30261
Referências:
[FAO] Seminário Internacional: “La Quinua: Alimento y Cultivo Promisorio del Siglo XXI”. Santa Fé de Bogotá, Colômbia; 2003. [online] Disponível em <URL: http://www.rlc.fao.org/eventos/2000/octubre/semina/nota.pdf> [22 Fev 2006]
[FAO] Cultivos Andinos: Cap. VIII Valor Nutritivo y Usos de la Quinua. CD Rom [online] .
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