quarta-feira, 20 de abril de 2011

CURIOSIDADE SOBRE A SOPA PARAGUAIA





Etimologia, enciclopédia, curiosidades e receita: é bem possível que uma das coisas mais estranhas para um sul-mato-grossense explicar seja a sopa paraguaia, principalmente para quem não é da terra. Por definição, sopa é o alimento líquido que consiste basicamente em um caldo (de carne, galinha, peixe, legumes etc.), podendo conter pedaços desses ingredientes e/ou massas, cereais, verduras, ou ser engrossado com farinhas diversas, e que geralmente se come acompanhado de pão, torradas etc. (Pode constituir sozinho uma refeição ou ser servido como primeiro prato quente). É assim que está no Dicionário Houaiss.

Toda vez que um sul-mato-grossense convida alguém para comer uma das comidas típicas aqui da fronteira fica só esperando o “fora” e a cara de surpresa que fazem quando se coloca à sua frente a sopa paraguaia, uma sopa que não é sopa, e sim uma espécie de torta... Ou suflê! E até sua historia é engraçada. Era para ser um caldo, à base de cebola, queijo, ovos e gordura animal.

Mas, dizem alguns historiadores da culinária local que cozinheira errou a mão, jogou farinha de milho demais na panela e, na hora de servir o jantar, em vez da sopeira levou uma travessa de torta à mesa. Seria apenas mais uma mudança de cardápio doméstico se o dono da casa não fosse o ditador Carlos Antônio López, manda-chuva, m’buruvichá, do Paraguai entre 1844 e 1862.

O nome da cozinheira se perdeu —quem iria mesmo se lembrar do nome de uma cozinheira paraguaia?. Mas López gostou tanto da iguaria que passou a mandar servi-la com freqüência. Nascia por acaso um prato nacional: a sopa paraguaia —sopa que não é sopa, que exige garfo e faca e que foi transformada em prato típico de um povo pelo absolutismo de um caudilho.

Existem outras histórias, claro. Ou variações da mesma história. Veja esta que conta que o prato teve origem em 1840, durante o governo do presidente Carlos Antonio López, quando a distraída cozinheira do chefe de Estado esqueceu-se de tirar do fogo uma sopa comum de milho, que acabou se solidificando. Temendo a reação do presidente, ela apresentou o alimento como uma inovação culinária a qual deu o nome de sopa paraguaia. Hoje a sopa é um prato típico por excelência, ao lado da chipa.

E tem mais. Existem pelo menos três outras versões distintas para o fato do prato receber o nome de sopa, quando se trata na verdade de uma torta —ou suflê— de milho com queijo e cebola, sendo mais um exemplo da grande influência que a cultura paraguaia tem na nossa região.

Alguns dizem que originalmente era mesmo uma sopa como manda o figurino (das sopas), que os soldados paraguaios levavam para os campos de batalha durante a Guerra do Paraguai (1865/1870). Como era difícil transportar algo líquido em uma situação como aquela, aos poucos foram sendo incorporados ingredientes que a tornaram mais sólida, adquirindo a consistência atual. Outra teoria é de que o termo “sopa”, para os paraguaios da fronteira com Mato Grosso do Sul, significa torta, e o que nós brasileiros chamamos de “sopa” eles denominam “ensopado”.

O prato é típico do Paraguai, onde sopa quer dizer ensopado (originalmente a sopa era um caldo que foi engrossado durante a Guerra do Paraguai para poder ser transportado pelos soldados) e, embora a receita seja sólida, trata-se da sopa paraguaia.

Para nós ela estaria mais para um suflê de milho, mas com a consistência um pouco diferente, uma vez que aqui os ovos são utilizados inteiros. Parece também um pouco aquela torta que muitas mulheres fazem no liquidificador, que fica bem mais levinha. Enfim, dizem, é delicioso esse prato acompanhado de cosido ou chá gelado, mas é ótimo quando a imaginação vai embora ou quando bate aquela preguiça.

É uma excelente opção para quando surgem aquelas visitas inesperadas, porque é muito rápido de fazer. A receita é da minha mãe “nhá” Ramona, que é paraguaia e aprendeu o prato com sua mãe. Como todo prato que se aprende, ao longo do tempo ela também foi colocando suas variações nele. Aqui, a receita do que é a nossa sopa paraguaia.

Você frita uma cebola grande ralada, junta 5 ovos batidos (como se fosse para fazer omelete), dá uma fritada (vai ficar parecendo um mexido), junta 300 gramas de mussarela picada ou ralada grossa e 3 latas de milho escorridos e batidos no liquidificador; sal, pimenta branca a gosto. Fica pouquíssimo tempo no fogo, só o suficiente para derreter a mussarela e dar uma “liga” nessa mistura.

Unte um refratário apenas com óleo de girassol ou de milho (eu parei de usar óleo de soja há anos), coloque a mistura que estava no fogo e leve ao forno pré-aquecido até dourar bem. Depois é só servir. É um prato que alguns gostam quente, logo que sai do forno. Outros preferem frio. Mais simples impossível, hein?!

Ah! Você pensou que a gente havia esquecido da terceira versão, né? Pois bem, aí vai: a terceira versão é de que a massa da torta, antes de ser assada, é bastante líquida, muito mais do que as massas de tortas comuns, parecendo mesmo uma sopa. Teorias à parte, o fato é que esta é realmente uma comida deliciosa e bem fácil de fazer, então aí vai uma receita:

Ingredientes

1 prato (bem cheio) de farinha de milho tipo beiju
1 prato (bem cheio) de queijo tipo mineiro ralado
2 cebolas médias picadas em pedaços pequenos
1 copo (americano, cerca de 200 ml) quase cheio de óleo de cozinha quase cheio
2 ovos/leite
sal a gosto.

Modo de preparo

Antes de tudo, misture em uma vasilha a farinha de milho com leite, em quantidade suficiente para que todo o leite seja absorvido pela farinha (mais ou menos 1 ½ copo). Deixe descansar enquanto prepara os outros ingredientes. Coloque todos (exceto o sal e o restante do leite) na vasilha com a farinha e leite. Misture bem com colher de pau e vá acrescentando leite, até a massa adquirir uma consistência mais mole que massa de bolo (como uma sopa grossa). Coloque sal a gosto. Despeje em uma assadeira retangular forrada com folhas de bananeira, ou então untada com óleo e farinha de trigo. Leve ao forno médio para assar até ficar bem corada. Pronto, agora é só servir e bom apetite!

Dizem que se você colocar dez cozinheiras da fronteira para preparar a sopa paraguaia, terá onze receitas diferentes. Por isso, aí vai mais uma —o fato é que esta é realmente uma comida deliciosa e bem fácil de fazer:

Ingredientes
2 colheres de sopa de manteiga
2 cebolas médias picadas
4 espigas de milho debulhadas
1 copo americano de leite
1 copo americano de água
3 ovos
1 prato fundo de queijo ralado grosso
6 colheres de sopa de fubá fino
1 colher de sopa de fermento em pó
sal a gosto

Modo de preparar
Pique as cebolas e refogue na manteiga, juntando sal a gosto. Adicione a água e cozinhe até que comecem a se desfazer. Retire do fogo e deixe esfriar. Bata os grãos do milho no liquidificador com o leite, cuidando para que alguns fiquem mais ou menos inteiros. Despeje sobre o refogado de cebola frio, acrescente as gemas, o queijo, o fubá, o fermento e misture bem. Adicione as claras batidas em neve cuidadosamente, com movimentos de baixo para cima. Despeje a massa numa assadeira untada com manteiga e leve ao forno quente, até que se forme uma crosta dourada na superfície.

Os apreciadores afirmam é que deliciosa para acompanhar o tereré da tarde, o café da manhã. Também funciona como lanche rápido pra substituir o jantar ou pra acompanhar a cerveja gelada no happy hour no botequim com os amigos.

APRECIE COM MODERÇÃO

Colaboração:
  Calixto Bobadilha 20 de abril às 19:30



DILMA MATOS NOGUEIRA                                 FONE: 9251-5750/3326-9003
     NUTRICIONISTA                                                   PERSONAL DIET
      CRN-3:30261

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