sábado, 27 de outubro de 2012

FIBROMIALGIA

    



     A dor que aparece no corpo não tem hora para chegar, muito menos sabe dizer quando vai embora. A intensidade pode variar, às vezes para mais, às vezes para menos, mas uma coisa é certa: dói. A sensação de incômodo afeta os ombros, os braços, a cabeça, os pés, as pernas, algumas articulações, além dos músculos e dos tendões. Em momentos de crise, até um simples toque é capaz machucar. Um abraço então, por mais carinhoso e afetuoso que seja, pode ser prejudicial. Estamos falando da fibromialgia, uma síndrome cuja maior queixa é uma dor que não dá sossego e afeta, principalmente, mulheres entre 30 e 50 anos, mas também é encontrada em homens, crianças e adolescentes. A fibromialgia é definida como uma condição dolorosa não inflamatória e crônica, não provoca deformidades nas articulações, mas ataca 18 pontos específicos do corpo, que se encontram no tecido mole da nuca, ombros, esterno, região lombar, quadris, canelas, cotovelos e joelhos, conforme vemos na imagem abaixo.  A dor  espalha-se a partir dessas áreas e é física, é real, faz com que a pessoa sofra e sinta incômodos. Ainda não sabemos dizer com exatidão quais são os fatores responsáveis pelo surgimento do problema. Porém existem algumas possíveis causas que ajudam a desencadear a doença, como fatores ambientais, a qualidade de vida do paciente, quadros infecciosos e, principalmente, o estresse e problemas emocionais. O principal sintoma da  é a dor que afeta o indivíduo por, pelo menos, seis meses. Geralmente, as sensações dolorosas são descritas como pontadas, impressão de peso ou rigidez. Algumas pessoas, quando perguntados sobre a localização do incômodo, costumam relatar que "dói o corpo todo". Além disso, quem sofre com essa patologia, ainda enfrenta outros contratempos decorrentes da doença, como irritabilidade, fadiga, dores de cabeça, humor deprimido, desânimo e sono não reparador. Muitos pacientes, quando acordam pela manhã, têm a sensação de que trabalharam a noite toda porque o corpo fica “quebrado”, parece que não descansaram nada. O problema de tudo isso é que a presença desses sinais pode comprometer a rotina diária do paciente e prejudicar as relações interpessoais. Tem gente que até se isola por causa da dor e pode entrar em depressão.
Não é uma tarefa fácil encontrar o diagnóstico da fibromialgia, pois a doença pode ser confundida com problemas ósseos ou lesões musculares. Muitas pessoas dizem que passaram por vários consultórios de diversas especialidades em busca de respostas, enquanto outras demoraram certo tempo para saber o que, de fato, estava afetando seu organismo. Isso ocorre porque a dor é uma queixa subjetiva e a medicina é muito cartesiana. Os médicos precisam entender que sintomas subjetivos podem ser avaliados de forma objetiva. Enquanto isso não for compreendido pelos especialistas, mais difícil será identificar esse mal.
Durante muitos anos, o diagnóstico da fibromialgia era feito a partir do histórico de dor crônica e através da identificação de pelos menos 11 pontos dolorosos dos 18 existentes. Porém, desde 2010, o diagnóstico mantém a necessidade da presença de dor crônica, porém, ao invés da investigação dos pontos dolorosos, focaliza na avaliação da qualidade de vida e da capacidade funcional do paciente através do preenchimento de questionários. A ideia é averiguar como a sensação dolorosa afeta o bem-estar do paciente. Infelizmente, ainda não há cura para a fibromialgia. Mas, enquanto ela não vem, o paciente precisa ser acompanhado por um médico reumatologista e por profissionais de outras áreas. A dor constante causa problemas físicos, ocupacionais, sociais, psicológicos,  emocionais, por isso, o tratamento realizado deve ser multidisciplinar e capaz de envolver psicoterapia, terapia ocupacional, acupuntura, a realização de atividades físicas, além do uso de medicamentos.  Um detalhe: a ingestão de remédios deve ser feita quando surge o quadro de dor e mantida até a melhora dos sintomas. 
Para ter resultados mais satisfatórios, é bom procurar diminuir o stress, praticar exercícios físicos regularmente, fazer meditação, manter uma alimentação saudável e sempre consultar seu médico para que ele possa avaliar como andam os sintomas. Por mais que a dor incomode, é possível manter uma vida saudável e normal com a fibromialgia. Basta o paciente se cuidar. 


ENTREVISTA:

Autora

Liliana D’Almeida Galrão / CRM BA 12757
Graduada em Medicina, é especialista em Clínica Médica e Reumatologia e mestre em Medicina e Saúde. Atualmente é professora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, médica reumatologista do Serviço de Reumatologia do Hospital Santa Izabel, presidente da Sociedade Baiana de Reumatologia, médica preceptora do Programa de Residência Médica em Reumatologia do Hospital Santa Izabel e medica autorizadora do Programa de Medicação de Alto Custo em Reumatologia (PEMAC) do Hospital Ernesto Simões Filho (SESAB)




     DILMA MATOS NOGUEIRA                          CONSULTORIO: RUA RUI BARBOSA N.1793
          NUTRICIONISTA                                         FONE:4141-1699
            CRN3:30261
ESPECIALISTA NUTRICAO CLINICA






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