A dor que aparece no corpo
não tem hora para chegar, muito menos sabe dizer quando vai embora. A
intensidade pode variar, às vezes para mais, às vezes para menos, mas uma coisa
é certa: dói. A sensação de incômodo afeta os ombros, os braços, a cabeça, os pés,
as pernas, algumas articulações, além dos músculos e dos tendões. Em momentos
de crise, até um simples toque é capaz machucar. Um abraço então, por mais
carinhoso e afetuoso que seja, pode ser prejudicial. Estamos falando da
fibromialgia, uma síndrome cuja maior queixa é uma dor que não dá sossego e
afeta, principalmente, mulheres entre 30 e 50 anos, mas também é encontrada em
homens, crianças e adolescentes. A fibromialgia é definida como uma condição
dolorosa não inflamatória e crônica, não provoca deformidades nas articulações,
mas ataca 18 pontos específicos do corpo, que se encontram no tecido mole da
nuca, ombros, esterno, região lombar, quadris, canelas, cotovelos e joelhos,
conforme vemos na imagem abaixo. A dor espalha-se a partir dessas
áreas e é física, é real, faz com que a pessoa sofra e sinta incômodos. Ainda
não sabemos dizer com exatidão quais são os fatores responsáveis pelo
surgimento do problema. Porém existem algumas possíveis causas que ajudam a
desencadear a doença, como fatores ambientais, a qualidade de vida do paciente,
quadros infecciosos e, principalmente, o estresse e problemas emocionais. O
principal sintoma da é a dor que afeta o indivíduo por, pelo
menos, seis meses. Geralmente, as sensações dolorosas são descritas como
pontadas, impressão de peso ou rigidez. Algumas pessoas, quando perguntados
sobre a localização do incômodo, costumam relatar que "dói o corpo
todo". Além disso, quem sofre com essa patologia, ainda enfrenta outros
contratempos decorrentes da doença, como irritabilidade, fadiga, dores de
cabeça, humor deprimido, desânimo e sono não reparador. Muitos pacientes,
quando acordam pela manhã, têm a sensação de que trabalharam a noite toda
porque o corpo fica “quebrado”, parece que não descansaram nada. O problema de
tudo isso é que a presença desses sinais pode comprometer a rotina diária do
paciente e prejudicar as relações interpessoais. Tem gente que até se isola por
causa da dor e pode entrar em depressão.
Não é uma tarefa fácil
encontrar o diagnóstico da fibromialgia, pois a doença pode ser confundida com
problemas ósseos ou lesões musculares. Muitas pessoas dizem que passaram por
vários consultórios de diversas especialidades em busca de respostas, enquanto outras
demoraram certo tempo para saber o que, de fato, estava afetando seu organismo.
Isso ocorre porque a dor é uma queixa subjetiva e a medicina é muito
cartesiana. Os médicos precisam entender que sintomas subjetivos podem ser
avaliados de forma objetiva. Enquanto isso não for compreendido pelos
especialistas, mais difícil será identificar esse mal.
Durante muitos anos, o
diagnóstico da fibromialgia era feito a partir do histórico de dor crônica e
através da identificação de pelos menos 11 pontos dolorosos dos 18 existentes.
Porém, desde 2010, o diagnóstico mantém a necessidade da presença de dor
crônica, porém, ao invés da investigação dos pontos dolorosos, focaliza na
avaliação da qualidade de vida e da capacidade funcional do paciente através do
preenchimento de questionários. A ideia é averiguar como a sensação dolorosa
afeta o bem-estar do paciente. Infelizmente,
ainda não há cura para a fibromialgia. Mas, enquanto ela não vem, o paciente
precisa ser acompanhado por um médico reumatologista e por profissionais de
outras áreas. A dor constante causa problemas físicos, ocupacionais, sociais,
psicológicos, emocionais, por isso, o tratamento realizado deve ser
multidisciplinar e capaz de envolver psicoterapia, terapia ocupacional,
acupuntura, a realização de atividades físicas, além do uso de
medicamentos. Um detalhe: a ingestão de remédios deve ser feita quando
surge o quadro de dor e mantida até a melhora dos sintomas.
Para ter
resultados mais satisfatórios, é bom procurar diminuir o stress, praticar
exercícios físicos regularmente, fazer meditação, manter uma alimentação
saudável e sempre consultar seu médico para que ele possa avaliar como andam os
sintomas. Por mais que a dor incomode, é possível manter uma vida saudável e
normal com a fibromialgia. Basta o paciente se cuidar.
ENTREVISTA:
Autora
Liliana D’Almeida Galrão / CRM BA
12757
Graduada
em Medicina, é especialista em Clínica Médica e Reumatologia e mestre em
Medicina e Saúde. Atualmente é professora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde
Pública, médica reumatologista do Serviço de Reumatologia do Hospital Santa
Izabel, presidente da Sociedade Baiana de Reumatologia, médica preceptora do
Programa de Residência Médica em Reumatologia do Hospital Santa Izabel e medica
autorizadora do Programa de Medicação de Alto Custo em Reumatologia (PEMAC) do
Hospital Ernesto Simões Filho (SESAB)
DILMA
MATOS NOGUEIRA CONSULTORIO: RUA RUI BARBOSA
N.1793
NUTRICIONISTA FONE:4141-1699
CRN3:30261
ESPECIALISTA
NUTRICAO CLINICA
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